Hoje a Nicole, minha filha de 12 anos, partiu para um intercâmbio na Suíça, onde ela vai praticar francês durante duas semanas.
Quando essa oportunidade surgiu e ela se interessou, eu dei a ela todo o meu apoio porque sei por experiência própria como é bom fazer intercâmbio.
Claro que uma parte de mim a acha muito nova. Tenho medo de ela não se cuidar ou de não cuidarem dela. Medo de ela ter uma experiência mais negativa do que positiva. Vários medos, aliás.
Mas não deixei meus medos tomarem a decisão. Disse um sim seguido de várias recomendações, e uma delas foi: se for péssimo, ela pode me ligar a qualquer hora e eu vou buscá-la.
Tenho uma tatuagem no braço com três pássaros em uma árvore. O pássaro maior me representa, e os dois menores são as minhas filhas. Essa tatuagem é um lembrete para mim mesma de que minhas filhas são como passarinhos: minha função é ajudá-las até que possam voar sozinhas, mas meu papel principal é apoiá-las quando for hora de alçar voo. Já a árvore simboliza nosso ponto de encontro, o porto seguro aonde elas sempre podem voltar.
Hoje experimentei um pouquinho do que ainda vem pela frente. Serão só duas semanas longe, mas, para uma criança de 12 anos, é uma eternidade. Para uma mãe de uma criança que parece que cresce mais rápido do que é possível acompanhar, é uma eternidade e meia. Mas é o voo da Nicole.
Que eu nunca corte as asas das minhas filhas. Que eu seja brisa e não obstáculo nos voos delas. E que elas sempre confiem que podem encontrar abrigo no meu ninho. Amém.