Para amar quem você, é preciso aceitar as partes de você que você não ama

Melhorar a autoestima é o desejo de muita gente, mas a minha opinião é que os exercícios tradicionais para isso nem sempre são eficazes.

A nossa autoimagem é formada desde o nascimento e ao longo de toda a nossa vida. São 8 bilhões de histórias diferentes, e é impossível existir uma solução padronizada.

Na psicologia junguiana, não temos ferramentas prontas para cuidar da autoestima porque ela está inserida em um contexto muito mais profundo.

Só conseguimos mudar aquilo de que temos consciência.

Aceitação real envolve aceitar também aquilo que vemos como falhas. Mesmo tendo aspectos de que não gostamos, eles fazem parte da nossa identidade.

Alguns exercícios falam em substituir pensamentos negativos por positivos, mas as características de que queremos nos livrar não deixam de existir: elas permanecem nas nossas sombras, influenciando-nos (e muito!) inconscientemente.

É preciso entender o que está por trás dos sentimentos negativos e, mais importante, não lutar contra eles, já que eles estão nos mostrando algo importante da nossa história que precisa ser trabalhado.

Isso não é fácil, principalmente quando estamos em uma sociedade que nos diz a todo momento que não somos merecedores. Contudo, entender o contexto pode nos ajudar a ter mais compaixão por nós mesmos e pelas nossas “falhas”, e só então mudanças podem acontecer.

Autoestima tem a ver com autoaceitação. Se só aceitamos parte de nós e lutamos contra a outra parte, nenhum exercício vai dar conta de melhorá-la.