Eu ainda sou esta criança

Só porque nos tornamos adultos, não significa que as nossas vivências na infância estão superadas.

A criança interior é uma parte do nosso inconsciente que guarda as emoções positivas e negativas da nossa infância.

Temos, por exemplo, a criança feliz, que expressa na idade adulta criatividade, espontaneidade e brincadeira, e é associada a memórias felizes e momentos de exploração e descoberta.

Já a criança interna ferida guarda dores emocionais, traumas e experiências negativas da infância. Ela se manifesta por meio de comportamentos defensivos, medos irracionais e padrões de pensamento disfuncionais.

Quando está ativada, é como se ela quisesse se defender de situações em que se sentiu impotente, ou estivesse gritando para chamar a atenção para uma dor muito grande – literalmente como faz uma criança.

Esse conceito é muito importante na psicologia junguiana. Se não olhamos para a nossa criança, é como se ela se sentisse novamente abandonada e precisasse gritar ainda mais, o que se manifesta em reações cada vez mais disfuncionais.

Para acolhê-la, temos que mostrar que agora somos o adulto que pode dar a ela o que faltou, cuidando, ouvindo, tendo empatia e validando as nossas experiências.

Nesse processo de integração de todas as versões da nossa criança, conseguimos fortalecer a nossa autoestima, lidar melhor com as nossas emoções e cultivar relacionamentos mais saudáveis.