A gente não pensa muito sobre a nossa língua materna até ter que se virar em uma estrangeira.
Falar no nosso próprio idioma é falar com o coração. É não precisar racionalizar para buscar a palavra certa. É poder expressar a nossa cultura e identidade.
No exterior, se houver pouca exposição à língua materna, a fluência pode até diminuir. Mas ela é mãe: não se perde, ainda está lá e é ponte para as nossas raízes.
Muitas vezes, meus pacientes brasileiros que moram no exterior falam algo nos idiomas dos cotidianos deles – e eu tenho a vantagem de entendê-los. É quase como se a língua materna deles tivesse sido ampliada.
Falar com o coração é fundamental na hora de fazer terapia. Se precisamos pensar para traduzir sentimentos, perdemos nuances importantes. Quanto menos interferência do consciente, mais acesso temos ao inconsciente.
Vivendo em um outro idioma, poder falar nossa língua materna é como encontrar uma ilha segura, é sentir acolhimento e fortalecer a nossa história.
21 de fevereiro é dia de comemorar as nossas origens. Feliz dia internacional da língua materna!