Muitas vezes, o peso que carregamos é resultado da vida não vivida dos nossos pais. Quando isso acontece, temos dificuldade de reconhecer o que é deles e passamos a aceitar como nossos sentimentos que foram influenciados pelo inconsciente deles.

Isso acontece porque, na infância, somos inundados pelas experiências dos nossos pais e não temos a capacidade de nos separar psiquicamente deles. Assim, acabamos refletindo neuroses e problemas que não são nossos.

O problema é que, quando isso acontece, temos a tendência a viver a vida não vivida dos nossos pais, como se quiséssemos repetir seus passos e tornar consciente aquilo que estava inconsciente neles.

Todo esse peso, somado às nossas experiências pessoais, possa se tornar demasiado na idade adulta. Como resultado, não vivemos a nossa vida nem podemos nos sentir verdadeiramente realizados, e quando nos tornamos pais que funcionam no autopiloto inconsciente, passamos essa bagagem para a próxima geração.

Nesse ponto, a análise terapêutica auxilia na tomada de consciência dos nossos sentimentos e na desconstrução do que não é nosso. Isso pode nos ajudar a nos separar psiquicamente dos nossos pais e viver de forma autêntica, alinhados com o nosso verdadeiro propósito.

Reconhecer vidas não vividas e ter consciência do impacto do nosso inconsciente nas nossas ações e sentimentos também é de extrema importância quando nos tornamos pais. Só assim temos chance de quebrar o ciclo e dar aos nossos filhos a oportunidade de viverem uma vida mais leve.