A felicidade é invisível

Você já percebeu como a dor chama a nossa atenção, mas a ausência dela passa despercebida? Quando estamos gripados, por exemplo, cada engolida nos lembra da garganta dolorida. Mas, em dias normais, quem acorda pensando: “Maravilha, hoje minha garganta está perfeita”?

O mesmo acontece com a felicidade e a infelicidade: o que dói ou incomoda é óbvio, enquanto aquilo que está funcionando bem parece invisível.

A infelicidade é clara, palpável, e muitas vezes conseguimos apontar exatamente a causa: um problema no trabalho, uma discussão em casa, uma doença etc. Esses momentos de desconforto se destacam porque rompem com o que é habitual.

Por outro lado, a felicidade costuma ser silenciosa, até neutra. Ela está no plano de fundo da nossa vida, naquilo que está bem, mas raramente a reconhecemos.

Passo longe da positividade tóxica, e não estou propondo uma visão super otimista que ignore os problemas reais. Afinal, ninguém precisa estar sempre atento ao que está indo bem.

Mas talvez seja importante, de vez em quando, tentar notar as coisas boas que compõem nossos dias. Respirar sem dor, ter com quem contar, sentir-se bem o suficiente para seguir adiante… tudo isso é felicidade em sua forma mais discreta.

Reconhecer a felicidade não é sobre ignorar os momentos difíceis, mas sim entender que ela muitas vezes reside no que é comum e funciona.

Às vezes, a felicidade está tão integrada à rotina, como na ausência de dor ou de problemas sérios, que percebê-la exige uma pausa intencional e um olhar mais atento para as pequenas coisas que sustentam e equilibram nossa vida, mesmo quando são invisíveis.